Tuesday, February 28, 2006

Cedendo Espaço...

NICOLAU SEVCENKO
O labirinto da Cidade-Cultura
Está à altura de qualquer um que assim o queira, é claro, portar-se como um cidadão canônico. Afinal, o país é tido como livre e ninguém suporta admitir que, pessoalemnte, talvez não o seja. A prova quintessencial dessa liberdade sendo a possibilidade de escolha, ainda que entre sete opções de analgésicos ou entre dois candidatos numa eleição de voto compulsório.
Experiências dolorosas recentes, de diferentes naturezas, têm porém disseminado atitudes de maior prudência e sentimentos difusos de desconfiança, rejeição e assombro. Mas seria um erro permitir que a atual onde de frustração, decepção e abatimento se traduzisse em cinismo.
A melhor inspiração vem do mito do labirinto. O ardil fundamental de Dédalo, seu construtor, era o de uma rede tão simétrica e intrincada de caminhos, uns absolutamente idêncitos aos outros, de forma que seria impossível distinguir onde estavam as rotas, como se retornava ao ínício como ou como se achava a saída.
Uma vez dentro, você estaria perdido para sempre, entregue á voracidade do minotauro. A solução foi o fio de Ariadne, fino, flexível, leve, quase invisível. Graças a ele Teseu venceu a estrutura, matou o Minotauro e voltou aos braços da amada.
Estratégias Sutis
As grande crises requerem estratégias sutis. Em primeiro lugar a avaliação: qual é a megaestrutura atual? Ela é representada pelo interesses simétricos do mercado e da publicidade, de um lado, e da tecnociência e da tecnoburocracia, do outro. As linhas eletrônicas, que ligam criaturas independentes em redes autônomas, parecem ser o fio da saída. Em parte são; o front eletrônico ferve. Ninguém mais liga para quem não se liga. mas quem está ligado sabe que a tecnologia é mais parte do problema que da solução.
O fato é - o pessoal rápido no teclado já sacou - que não há retorno. O grau de interferência que os sistemas técnicos atingiram em todas as dimensões do mundo natural são de tal magnitude que o ambiente do planeta se transformou numa tecnosfera. A essa altura, só a tecnologia pode nos salvar dos efeitos nefastos da ruína pelo desequilíbrio tecnológico. Ou seja, é preciso reconceptualizar as técnicas.
Ante a iminência do desatre, o que as acabeças espertas estão engendrando é uma ecotecnociência, preocupada em voltar as pesquisas e conhecimentos de ponta para o reequilíbrio natural do planeta, para o incremento da qualidade de vida nas cidades e para a melhor distribuição dos recursos entre as gentes. São inacitáveis discursos que defendam soluções setritamente técnicas para questões de amplo impcato social e ambiental, sejam elas a transposição de rios, a gestão do tráfego nas metrópoles ou a proteção de florestas e mananciais.
Uma Ciência Sensível
Assim como na época da industrialização selvagem um filósofo propôs uma "gaia ciência", hoje as novas gerações pressionam por uma "ciência sensível": socialmente responsável, ecologicamente orientada e crítica tanto de seus limites quanto de seus potenciais ameaçadores.
O outro lado, simétrico, da megaestrutura é sua dimensão espetacular, composta pelo eixo do mel: mercado, publicidade e consumo. Esse efeito vitrine oculta uma diânmica que integra pelo despejo dos indesejáveis enquanto articula uma racionalidade estatístico-visual do sucesso e do estilo.
Seu subproduto é a cidade-cultura, cenário bufo da nova indústria do turismo, sobreposto à tensão social e à degradação urbana. A resposta do povo de Ariadne é o confronto do "tour" pelo "détour", a criação de uma cidade nômade dentro de uma sedentária, furando os muros da exclusão, reatando laçoes esgarçados, deflagrando a cultura-entropia, detonanto o labirinto.

Sunday, February 19, 2006

Masp- Marx

[Andando pela exposição Lina Bo Bardi]

Algo me surpreendeu hoje no Masp, e não foi nenhuma porra de quadro com legenda!! Minha iluminada amiga Carol me disse, comprovando com argumentos empíricos (cartaz-Facciamo Breccia), que a maioria dos revolucionários numa manifestação anti-vaticano na Itália eram mulheres e homossexuais.

Huhauhahahuhhua (risada maligna de quem tem um projeto de poder!)

Bom, anuncio que minha contribuição para com o mundo, a partir de hoje, será canalizar o potencial da classe homossexual acrescentando tal força à Revolução !!!!!! Alguém se candidata a fazer a mesma coisa com as mulheres??

Sobre a dignidade da Arquitetura Civil
[Ainda na mesma exposição, no mesmo museu...]
[Lendo as explicações sobre o vazio na obra de Lina Bo Bardi]

O vão do Masp é fruto da mais profunda inspiração da arquitetura que considera o elemento humano. Respeita os espaços vazios e os cria, porque preesupõe a ocupação humana, é preciso um grande vão para ser ocupado e receber proposições civis. Os espaços vazios de Lina surgem em contraposição ao edifício, o Masp possui dois subsolos e dois andares, no meio está o vão, como se fosse o andar intermediário de um prédio de cinco andares.
A classe homossexual também possui um grande vazio que surge em contraposição a toda sua luta por extraviar, mudar e enfrentar a tarefa de viver à margem. Esse vazio não está sendo ocupado por nada, permanece vazio. Os homossexuais não aproveitam sua incursão na subversão que o próprio fato de ser homossexual já lhes dá. Tal potencial se esvai em artigos de consumo, símbolos de classe, perpetuadores do sistema...

O Pequeno Príncipe x O Pequeno Nietzsche

Pré-requisito para leitura:
_O Pequeno Príncipe. Antoine de Saint-Exupéry
Travar tal empreendimento, estabelecer as diferenças e as convergências entre mim e o dito cujo entre o menino solitário não comportado e o menino solitário curioso. Grandes personalidades.
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No planeta B-612 vemos os pequenos vulcões, tendo pequenas erupções, quebrando a calma e a ordem pequenamente. Um desses vulcões, em sua revolução diminuta, acaba até se tornando conivente, transformando-se nesse maravilhoso utensílio cujos terráqueos designam fogão. Outra coisa que podemos observar nesse pequeno planeta, é a personalidade fresca e difícil da Rosa Vermelha, lânguida ao reclamar dos ventos fortes. Devemos nos perguntar agora, a qual propósito serve a Rosa Vermelha? A uma primeira impressão apressada, a Rosa Vermelha atrapalha o Pequeno Príncipe, sim, ela o chama para solucionar os probleminhas específicos de sua chatice desocupada, porém, em um mundo habitado apenas por dois seres, é imperativo que a Literatura recorra à semiótica, os dois seres devem assumir uma simbologia maior: a Rosa Vermelha serve ao propósito de movimentação insana que a vida presume, embutindo-a de um ritmo frenético e serviçal, ela movimenta o curso histórico submetendo o ritmo do Pequeno Príncipe a ordens e caprichos... (microcosmos da vida)

Enclausurado em sua solidão, o Pequeno Príncipe continua se submetendo às forças externas Vermelhas. E sem muito pensar, acaba pegando gosto pela movimentação, executa os trabalhos de jardinagem (poda e censura), preservando um controle frágil, sufocando a baderna que vem em impulso natural, as ervas daninhas vão crescendo, descompassadas e deslocalizadas. Vai correndo o Pequeno Príncipe em busca da manutenção, circulando pela pequena esfera-planeta. Divide o dia em 24 cubos de horas, mecanizando assim o tempo, contabiliza seu lazer, permitindo-se alguns cubos de pôr-do-sol, dos múltiplos que existem em planetas com paralelos que podem ser medidos em centímetros.

Viajar!! Viaje Pequeno Príncipe!! Pois como explicar-lhe sem ser pela prática plena que a vida não é apenas isso?! E canalizando a solidão para algo que “extravia o ato simples” o Pequeno Príncipe viajou, e foi simplesmente fantástico o momento em que o corpo dele adquiriu a mesma que a do cometa... Voe e volte!! Porque o passado é importante, e a força Vermelha é interplanetária!! A Rosa não pode ficar sozinha por muito tempo... (explosão)

[Escombros pós-explosão – humpf]

Tratar agora de tema tão difícil em meio aos escombros e poeira suspensa, eu mesmo, o Pequeno Nietzsche. Em seu pequenino planeta-apartamento, localizado no reduzido espaço do século XXI, continua enviando e-mails com pequenas frases tentando mudar o curso da história, dizem as pequeninas frases: 1. Transvalore!!! 2. Subverta!!! 3. Corra Lola, Corra!!! (lembre-se que é possível mudar uma grande merda em 5 minutos) 4. Desconstrua!!! 5.Lide com a solidão de forma criativa.

E canalizando a potência destinada à solidão, transforma-se em pura Vontade de Potência! Sai de casa e ganha a rua, demora pra voltar e deixa as plantas da sacada morrerem. Porque plantas são apenas plantas em um mundo armado com florestas. Não existem Rosas Vermelhas cheias de significado para serem o único exemplar em milhares e milhares de planetas... E não precisando regar mais plantas, começa a lidar com a Vida... (explosão)
Obs:
O Pequeno Nietzsche continua e importunar como coisa-viva que é.
O Pequeno Príncipe será esquecido como mero exemplo que é.
_plágios inspirados por Clarice Lispector e Juliana SAS

Saturday, February 11, 2006

Fuck !

O grito da professora de literatura demitida. Donnie qdo pega Charita e diz, com certeza displicente: "Eu prometo q um dia as coisas serão justas pra vc." Música. Atitude de escrever uma carta. Cella Door.

Filmografia
_ Donnie Darko. Richard Kelly

"Resta, ainda, o desejado e proibido "outro" real que vem de fora da ordem social controlada."
[internet]